Hoje o post vai ser enorme pois se trata de uma doença que afeta muitas pessoas e que incomoda bastante vou tratar hoje de um dos temas mais frustantes da dermatologia na minha opinião: - a foliculite, também conhecida como pêlo encravado, este é um dos problemas dermatológicos mais comuns, que trás desconforto tanto para homens quanto para as mulheres.
O que é?
Infecção dos folículos pilosos causadas por bactérias do tipo estafilococos. A invasão bacteriana pode ocorrer espontaneamente ou favorecida pelo excesso de umidade ou suor, raspagem dos pelos ou depilação.
Atinge crianças e adultos podendo surgir em qualquer localização onde existam pelos, sendo frequente na área da barba (homens) e na virilha (mulheres).
Manifestações clínicas
Quando superficial, a foliculite caracteriza-se pela formação de pequenas pústulas centradas por pelo com discreta vermelhidão ao redor (são aquelas bolinhas vermelhas, às vezes com a ponta amarela, que parecem espinhas e que surgem na região depilada ou barbeada). Alguns casos não apresentam pus, aparecendo apenas vermilhidão ao redor dos pelos. Quando as lesões são mais profundas, formam-se lesões elevadas e avermelhadas que podem ter ponto amarelo (pus) no centro. Pode haver dor e coceira no local afetado.
Quem tem a pele mais escura está mais propenso a desenvolver o problema. Isso ocorre por dois motivos: primeiro porque um número maior de pessoas com a pele escura tem pêlos encaracolados (que têm mais dificuldade de sair na superfície e encravam com mais facilidade), segundo porque o excesso de queratinização (ou seja, a pele mais grossa), mais comum em pessoas morenas, também favorece o aparecimento de foliculite.
O pêlo encravado (que na verdade é uma pseudofoliculite, já que nesse caso não há infecção) ocorre quando o pêlo que está nascendo não consegue sair na superfície da pele, ou quando ele sai, mais volta a entrar nela.
Alguns tipos de foliculite tem características próprias:
- Foliculite decalvante: neste caso o processo infeccioso leva à atrofia do pelo, deixando áreas de alopécia que se expandem com a progressão periférica da doença.
- Foliculite da barba: localizada na área da barba, atinge homens adultos, tem característica crônica e, pela proximidade das lesões, pode formar placas avermelhadas, inflamatórias, com inúmeras pústulas e crostas.
- Foliculite queloideana da nuca: comum em homens jovens afrodescendentes, formando lesões agrupadas que ao cicatrizar deixam cicatrizes endurecidas e queloideanas na região da nucaPeriporite supurativa: atinge as crianças pequenas e geralmente segue-se à miliária, com pústulas superficiais ou nódulos inflamatórios que acabam por drenar secreção purulenta.
O tratamento é feito com antibióticos de uso local ou sistêmico específicos para a bactéria causadora e cuidados antissépticos, além de evitar fatores predisponentes, como a depilação.
Algumas lesões podem necessitar de drenagem cirúrgica. O dermatologista é o médico mais indicado para o correto diagnóstico e tratamento das foliculites.
Como quase em tudo em medicina, e em especial na dermatologia, o melhor tratamento para o problema é a prevenção. Então vamos lá as dicas para evitar e tratar a foliculite:
Quem faz depilação com cera precisa se certificar de que os equipamentos utilizados pelo salão são esterelizados ou descartáveis. Nada de cera reaproveitada. Quem usa lâmina deve sempre manter o aparelho bem limpo (o ideal é usar aqueles descartáveis uma vez só). Lave bem a pele antes de se depilar ou se barbear. Usar calça apertada de tecido sintético também agrava o problema na virilha já que deixar o local quente, úmido e machucado é criar um hotel 5 estrelas para as bactérias. Calça jeans justa é paraíso para as bactérias que causam a foliculite na região da virilha.
Como uma das causas da foliculite é o excesso de queratinização, manter a pele mais lisinha e livre das células mortas (que dificultam a saída do pêlo à superfície) é fundamental para minimizar o problema. Esfoliantes a base de ácido salicílico tem a vantagem extra de ser antiinflamatório e bactericida, ou seja, ao mesmo tempo em que previne também trata o problema. Só cuidado para não exagerar. Esfoliar demais pode machucar a pele e com isso as defesas vão embora. Outra dica importante é que a esfoliação deve ser feita ANTES da depilação ou do barbeamento, já que depois do procedimento a pele estará mais sensível e com isso a chance de você machucá-la é muito maior. Assim, quem vai se depilar com cera é bom fazer uma esfoliação antes e depois ficar uns 2 dias sem esfoliar a pele. Já os meninos ou fazem a esfoliação antes de se barbear ou se não tem tempo, pelo menos espere umas 10 horas entre o barbeamento e a esfoliação. Quem se barbeia de manhã, por exemplo, pode aproveitar para fazer a esfoliação quando tomar banho de noite.
A depilação com cera é a que mais leva ao aparecimento dos pêlos encravados já que os pêlos arrancados têm mais dificuldade de voltar novamente à superfície. Então quem usa cera e tem tendência ao problema deve intercalar o procedimento com lâmina ou creme depilatório. Na hora de usar a lâmina o correto e passar o barbeador no mesmo sentido do nascimento do pêlo e não contra ele. Isso pode não trazer um barbeado tão rente, mas ajuda muito a diminuir a chances dos pêlos encravarem. Depois que acabar lave novamente a pele, de preferência com um sabonete para peles sensíveis e passe um gel calmante pós barba. Não use hidratante após se depilar ou barbear, eles podem ocluir os poros e com isso dificultar que os pêlos cheguem à superfície.
Além dos produtos a base de ácido salicílico, peelings seriados (feitos por dermatologistas) podem ser úteis para afinar mais a pele e também para eliminar as manchas que ficaram de lesões antigas. Para evitar esse agravamento é fundamental nunca tentar espremer ou retirar o pêlo com pinça.
Agora se você preferir um tratamento definitivo, a depilação a laser é a solução definitiva, que também pode ser feita por homens na região da barba.
valeu :)
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