Muito tempo que
eu não posto nada de geriatria aqui no blog, pois infelizmente não é um
universo bastante extenso e realmente andei sem tempo.
Então hoje
vamos falar de um carro chefe na terceira idade, a hipertensão (pressão alta),
a grande maioria chega à terceira idade com ela, pode ser obeso, magro, negro,
branco, homem ou mulher, a hipertensão não escolhe sua vitima.
Para você ter
uma ideia, mais
ou menos 50% dos homens e mulheres acima dos 50 anos apresenta hipertensão. Aos
60 anos, essa porcentagem sobe para 60% e, daí em diante, não pára de crescer.
São tão comuns os casos de hipertensão em idosos que não seria exagero dizer
que, depois de certa idade, é quase normal ter pressão alta.
O pior problema da pressão alta é que não grande maioria
das vezes ela é silenciosa, isso quer dizer a pessoa não sente nada, por isso, é conhecida como a "matadora
silenciosa”.
Sintomas com dor de cabeça, mal estar,
tonturas e sangramento nasal não necessariamente tem haver com níveis elevados
da pressão arterial. Muitas vezes, o diagnóstico de hipertensão arterial
é realizado apenas na presença de complicações cardiovasculares. Muitos idosos hipertensos
podem apresentar sintomas que queda transitória da pressão arterial, como
tonturas e desmaio. Essa situação, geralmente é fruto de hipotensão postural (queda
da pressão arterial ao adotar a posição de pé), a qual pode estar associada ao
uso das medicações.
Uma hipertensão mal tratada ou sem
tratamento nenhum pode levar a varias complicações, abaixo vou listar essas complicações:
- Coração: a hipertrofia do ventrículo esquerdo
(espessamento anormal do músculo cardíaco, resultante de
uma sobrecarga causada por uma pressão arterial aumentada), é uma das primeiras
anormalidades cardíacas decorrentes da hipertensão arterial (HAS). Outras
complicações cardíacas são: angina do peito, infarto do miocárdio,
insuficiência cardíaca, arritmias cardíacas e distúrbios da condução elétrica
do coração.
- Cérebro: isquemia cerebral transitória,
acidente vascular cerebral (derrame cerebral) e demência vascular.
- Rins: disfunção renal com perda
urinária de proteínas até insuficiência renal crônica.
- Vasos: aterosclerose (formação
de placas de gordura ou ateromas na parede das artérias) e doenças da aorta (aneurismas
e outras).
- Olhos: comprometimento da retina,
podendo chegar à
cegueira.
O diagnostico de hipertensão é fácil,
só aferir com o aparelho de pressão em um ambiente que de preferência não seja
um consultório medico pela síndrome do avental branco (onde a pressão eleva
pelo simples fato de você está na frente do medico)
Considera-se hipertenso o idoso com
pressão igual ou acima de 14/9.
Como
meio de prevenção primária da hipertensão, recomendam as seguintes
alterações ao estilo de vida:
·
Manter o
peso normal em adulto isso quer dizer que o IMC tem que está entre 20–25.
O cálculo do IMC é feito
dividindo o peso (em quilogramas) pela altura (em metros) ao quadrado.
É simples calcular o seu IMC.
Por exemplo, se o seu peso é 80
kg e a sua altura é 1,80m, a fórmula para calcular o IMC ficará:
IMC = 80 ÷ 1,802
IMC = 80 ÷ 3,24
IMC = 24,69
·
Reduzir o
consumo de sódio para <100 mmol/ dia (<6 g de cloreto de sódio ou
<2,4 g de sódio por dia);
·
Praticar atividade
física aeróbica de forma regular, como caminhar a pé (≥30 min. por dia, a maior
parte dos dias da semana);
·
Limitar o
consumo de álcool a 3 unidades por dia em
homens e 2 unidades por dia em mulheres;
·
Manter uma
dieta rica em fruta e vegetal (pelo menos cinco porções por dia).
·
Parar
de fumar
O tratamento da hipertensão arterial (HAS) pode
ser dividido em não-medicamentoso e medicamentoso.
Valores abaixo de 120/80 mmHg (pressão arterial ótima),
seria a meta ideal a ser obtida em todos os pacientes, no entanto, estes
valores não costumam ser facilmente alcançados.
Em grande parte dos pacientes, a meta mais realista é
manter a pressão arterial pelo menos abaixo de 140/90 mmHg.
O objetivo do tratamento da
hipertensão no idoso é a redução gradual da pressão arterial para valores
abaixo de 140/90 mmHg (14/9). Em pacientes com valores muito elevados de
pressão sistólica, podem ser mantidos inicialmente níveis de até 160 mmHg . Não
está bem estabelecido o nível mínimo tolerável da pressão diastólica (mínima),
mas estudos sugerem que redução abaixo de 65mmHg pode implicar numa pior
evolução.
O tratamento não-medicamentoso é recomendado para os idosos. Quando o
tratamento medicamentoso for necessário, a dose inicial deve ser mais baixa, e
o aumento das doses ou a associação de novos medicamentos deve ser feito com
mais cuidado, especialmente em idosos frágeis . Grande parte dos idosos tem
outros fatores de risco, lesão de órgão-alvo ou doença cardiovascular
associada, fatores que devem nortear a escolha do anti-hipertensivo inicial. A
maioria, porém, necessita de uma terapia combinada (associação de medicamentos),
principalmente para o controle adequado da pressão sistólica (máxima). O estudo
HYVET demonstrou que idosos com mais de 80 anos , reduzir a pressão sistólica
para níveis de 150 mmHg ou menos , reduzia o risco de derrame cerebral ,
insuficiência cardíaca e morte.
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